TBT: A Especial Maratona de Porto Alegre

Mais um #tbt e, com ele, um novo capítulo da série #DaObesidadeAos100km. Hoje, vou contar sobre como passei das provas curtas para as longas.

 

Em pouco mais de 6 meses, eu já tinha emagrecido 30 kg e corrido diversas provas de 5, 10 e 21 km. Foi então que decidi tentar correr minha primeira maratona. Para muitos, podia parecer loucura, mas na minha vida o que me movimenta são os desafios. E esse era mais um deles!

Durante todos os meses de preparação, compartilhei meus treinos e provas nas redes sociais com a hashtag #RumoAos42. E pessoas de todo o Brasil que sempre me acompanhavam passaram a me incentivar. Isso foi muito bacana!

Em maio de 2014, lá estava eu e minha família em Porto Alegre, lugar escolhido para superar o maior desafio até então. Após 4 horas e 1 minuto, terminei a prova. Nem preciso dizer que a sensação foi incrível, não é?!

 

Pois bem, depois da primeira vez, a gente pega gosto! Além de Porto Alegre, participei de outras maratonas, mas ainda voltei a POA por dois anos, o último deles, inclusive, foi um dos mais especiais! A Maratona de Porto Alegre está marcada na minha vida para sempre.

Na segunda vez que participei da prova, em junho de 2015, alcancei meu melhor tempo em maratona: 3:08:40. Mas não acabou por aí!

Em 2016, eu decidi tentar meu índice para a Maratona de Boston (prometo contar essa história com detalhes depois!). Em janeiro, tentei na Maratona da Disney, mas não consegui porque caí e machuquei o pé. Qual seria a outra oportunidade? A Maratona de Porto Alegre, é claro!

E lá fomos nós, eu e minha família, para o frio de novo. E, naquele ano, foi um senhor frio, viu?! Chegou a 0°C na largada. Larguei, caí (de novo!), levantei e segui! Terminei a prova quebrando meu recorde pessoal: 3h04. Foi indescritível!

Para mim, como falei, Porto Alegre tem um significado especial. Além do simbolismo da primeira Maratona e das quebras de recordes, essa cidade marca a superação de alguns dos meus maiores desafios!

 

Quem corre (ou prática qualquer esporte) tem sempre uma competição que é marcante, né?! Me conta aqui: qual é a sua?

 

E até a 6ª parte da série #DaObesidadeAos100km, com minha história com a querida Acorja. 😉

33ª Maratona Internacional de Porto Alegre

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Os termômetros marcavam aproximadamente 0ºC e a sensação térmica era negativa.

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Assim foi dada a largada da 33ª Maratona internacional de Porto Alegre, a minha sétima maratona sendo a terceira consecutiva em terras gaúchas.

De longe essa foi a prova mais emocionante que participei. A Maratona da Disney foi inesquecível, incrível, linda e impressionante. Mas a de POA teve um sabor especial. 🙂

Quem me acompanha sabe que uma das minhas estratégias para me manter motivado é traçar objetivos. No final do ano passado, após correr a ultramaratona de 100 km do frio decidi tentar o índice para correr a maior e mais antiga maratona do mundo, a de Boston. Para se inscrever é preciso obter o índice, e para a minha faixa etária eu precisava fazer uma maratona abaixo de 3h10. Um desafio e tanto.

Treinei durante meses para isso. Minha primeira tentativa foi na Disney. Lá quebrei e terminei com 3h20. A minha segunda e última tentativa seria em Porto Alegre. Algumas semanas antes comecei a acompanhar o clima da cidade e vi que o final de semana da prova seria o mais frio do ano. Fiquei apreensivo. Correr no frio é bom, mas o frio excessivo é bastante prejudicial.

Não sabia como seria a prova, só tinha certeza de uma coisa: a diversão estava garantida.

De qualquer forma eu já tinha treinado, estava confiante em pelo menos repetir o mesmo tempo do no passado que foi 3:08:40. A estratégia não estava bem definida, mas a confiança era grande. A única certeza que tinha em relação aos trajes que usaria na prova era que correria com o Skechers Ultra Road, o resto estava indefinido.

Lula (Acorja), Eu, André Siegle e Picarelli
Lula (Acorja), Eu, André Siegle e Picarelli
Eu e Picarelli
Eu e Picarelli

O percurso tinha sofrido alterações, mas pelas dicas do André Siegle e Picarelli, as mudanças foram pra melhor. Fiquei mais tranquilo.

Marcelo Gurgel, Eu, Lula, Ítalo Simões
Marcelo Gurgel, Eu, Lula, Ítalo Simões
Eu e Paulo Picanha
Eu e Paulo Picanha

Chegamos no local da largada de 5h50. Frio de tremer o queixo. Logo procurei um lugar mais quente e aguardamos o momento que daria início a prova.

7 horas em ponto foi dada a largada. O calor humano era enorme. A adrenalina estava nas alturas. E lá fui eu, em busca do índice. O frio e o congestionamento atrapalhou um pouco no começo. Antes de completar o segundo quilometro eu tropecei, caí, me arranhei e pensei: “PQP!”. Mas não parei. Me levantei e segui com o joelho sangrando, as mãos ardendo (chegou a rasgar as luvas) e alguns pequenos incômodos no corpo.

Logo fui aquecendo e vez ou outra alguém me cumprimentava e mandava mensagem de incentivo. Bacana demais!

Queria completar a primeira metade com um pace médio entre 4’20” e 4’22”. Quando passei pelo pórtico da meia eu estava com 4’19″de pace médio geral até o momento. Fiquei feliz porque eu estava me sentido muito bem, apesar da queda.

Fui mantendo o ritmo, mas a segunda metade da prova foi um pouco mais dura. O novo percurso passou pelo centro da cidade que é mais arborizada, então fez mais frio. Além de ter um ou dois viadutos a mais e algumas curvas bem fechadas que quebram um pouco o ritmo. Mesmo assim segui firme.

Até o quilometro 29 vinha consumindo apenas água e me senti ótimo. Foi quando comecei sentir um pouco de enjoo pelo forte ritmo que vinha e eu não tinha pego água no ponto anterior. Quando sinto enjoo, basta beber água que tudo melhora, foi quando avistei um ponto de hidratação. Quando me aproximei vi que era um ponto de isotônico. Só peguei um copo pra beber algo, porque o corpo estava bem demais.

Logo chegou o km 35, 38, 40… Próximo ao gasômetro o frio era enorme. Muito vento e alguns cotovelos que quebraram um pouco o ritmo. Naquele momento, no km 40 o pace geral estava 4’20”, mas subiu para 4’21″quando cheguei no km 41. Mesmo assim eu estava feliz demais. Tinha certeza que a chegada seria repleta de emoção.

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No km 41 dava pra ouvir a música e o locutor anunciando os corredores chegando. Quando eu estava a poucos metros da chegada ouvi: “Vai, Papai!”. Era o gás que faltava.

Eu já estava emocionando e terminar a prova ouvido o incentivo da família foi incrível!

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Cruzei a linha de chegada com 3:04:42 de prova. Quase 4 minutos abaixo do meu melhor tempo e pouco mais de 5 minutos abaixo do índice da maratona de Boston.

Achei o percurso um pouco mais difícil que o do ano passado. Senti falta de uma feira para a entrega dos kits, assim como acontece em grandes provas mundo afora. A qualidade do kit foi mediana. A hidratação ao longo do percurso foi impecável. O pós-prova foi muito bacana. A única coisa que deixou bastante a desejar foi a cronometragem. O resultado saiu com muitos erros, comprometendo até a premiação.

Enfim. Completei minha sétima maratona. Conquistei o índice para a maratona de Boston, a maior maratona do mundo. Experimentei um frio de rachar. Me superei depois de uma queda. E encontrei a família lá na linha de chegada.

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Eu, Marcelo e Lula
Eu, Marcelo e Lula

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A esposa (Cynthia), Júlia (filha) e eu
A esposa (Cynthia), Júlia (filha) e eu
Turma de Pernambuco na tenda de Picarelli
Turma de Pernambuco na tenda de Picarelli

 

Perfeito! 🙂

Os agradecimentos vão especialmente para Picarelli e e André Siegle pela atenção e receptividade. Obrigado. 🙂

Garmin: https://connect.garmin.com/modern/activity/1212090415