Como a cetogênica otimiza a saúde do cérebro

Cada vez mais, vemos novos estudos mostrando os grandes benefícios de uma alimentação com restrição de carboidratos no tratamento e prevenção de várias doenças, principalmente cerebrais.

Um dos pontos que destaco é a incrível capacidade de otimização do cérebro quando trabalha com corpos cetônicos como combustível.

Para que o fígado produza corpos cetônicos, é preciso restringir o consumo de carboidratos para menos de 50 gramas por dia e moderar no consumo de proteína.

Em uma dieta cetogênica, o cérebro é alimentado principalmente por cetonas. Em uma dieta padrão de baixo carboidrato, o cérebro ainda será amplamente dependente da glicose, embora possa queimar mais cetonas do que em uma dieta regular.

Mas o cérebro não precisa de 130 gramas de carboidratos por dia?

É comum ouvirmos falar que nosso cérebro precisa de 130 gramas de carboidratos por dia para funcionar “corretamente”. Este é um dos mitos mais comuns sobre dietas de baixo carboidrato.

Veja abaixo o trecho de um relatório do Conselho de Alimentos e Nutrição do Instituto de Medicina dos EUA:

Nele é afirmado:

O limite inferior de carboidratos na dieta compatível com a vida aparentemente é zero, desde que quantidades adequadas de proteína e gordura sejam consumidas.“.

Embora uma dieta zero-carb não seja recomendada porque elimina muitos alimentos saudáveis, você pode definitivamente comer muito menos que 130 gramas por dia e manter uma boa função cerebral.

E quando restringimos carboidratos, de onde vem o combustível para o cérebro?

Nossos ancestrais evoluíram milhões de anos consumindo pouco, muito pouco ou nenhum carboidrato. Você acha mesmo que nosso corpo iria precisar que comêssemos carboidrato para que o cérebro funcionasse? Nosso corpo se adaptou ao contexto no qual evoluímos milhões de anos! Claro que ao longos desses milhões de anos de evolução nosso corpo desenvolveu belas “habilidades” para lidar com tais situações.

Quando o carboidrato é escasso e/ou em longos períodos sem nos alimentarmos (jejum) nosso fígado produz glicose através de um processo chamado gliconeogênse. Ou seja, nosso fígado produz glicose sem que seja preciso consumir nenhuma grama de carboidrato. É uma capacidade natural do fígado. Foi assim que nossos ancestrais evoluíram milhões de anos fazendo com que seus cérebros funcionassem saudáveis mesmo mesmo com escassez de carboidratos e durante looongoooos períodos de jejum.

Além disso, num processo chamado cetogênese, nosso fígado é capaz de produzir cetonas a partir de ácidos graxos quando os níveis de glicose e insulina estão baixos. No entanto, o fígado aumenta ainda mais a produção de cetonas durante o jejum ou quando a ingestão de carboidratos cai abaixo de 50 gramas por dia (veja aqui e aqui).

Quando os carboidratos são eliminados ou minimizados, as cetonas podem fornecer até 70% das necessidades energéticas do cérebro (veja aqui).

Outros benefícios para o cérebro:

Epilepsia: A dieta cetogênica foi desenvolvida pelo Dr. Russell Wilder em 1921 para tratar a epilepsia resistente a medicamentos em crianças. Sua dieta fornece cerca de 90% das calorias provenientes de gordura e tem mostrado imitar os efeitos benéficos do jejum nas convulsões (veja aqui).

Memória: Os adultos mais velhos em risco de doença de Alzheimer mostraram melhora na memória após seguir uma dieta muito baixa em carboidratos por seis semanas (veja aqui).

Hiperinsulinismo congênito: esta condição causa hipoglicemia e pode levar a danos cerebrais. Hiperinsulinismo congênito tem sido tratado com sucesso com dieta cetogênica (veja aqui).

Dores de cabeça com enxaqueca: Pesquisadores relatam que dietas com baixos níveis de carboidratos ou cetogênicos podem proporcionar alívio para quem sofre de enxaqueca (veja aqui e aqui).

Doença de Parkinson: Em um estudo pequeno e não controlado, cinco entre sete pessoas com doença de Parkinson que completaram uma dieta cetogênica de quatro semanas tiveram melhora de 43% nos sintomas autorreferidos (veja aqui).

Lesão cerebral traumática: Pacientes com traumatismo cranioencefálico grave que receberam uma fórmula sem carboidrato foram capazes de se nutrir, evitando açúcar elevado no sangue, o que pode dificultar a recuperação (veja aqui).

Fonte: https://goo.gl/MB5L2q