Manteiga sabor churrasco?

Dia desse fui ao cinema com minha esposa e lá nos ofereceram pipoca com manteiga sabor churrasco. Claro que fiquei curioso, afinal, sempre achei que a manteiga oferecida com a pipoca no cinema fosse manteiga de verdade.

 

Obs: eu levei costela suína + café pra assistir ao filme e não pipoca. 😉

 

Fui degustar a pipoca com manteiga sabor churrasco. De fato, era bem gostosa. Pedi gentilmente ao funcionário para me mostrar a lista de ingredientes da misteriosa manteiga.

Vejamos:

 

Ingredientes: Gordura vegetal hidrogendada, aromatizante e corante beta-caroteno.

 

A gordura hidrogenada é a base da margarina. E, você sabia que o processo que hidrogena os óleos vegetais os “transformam” em gordura trans? Pois é!

 

Sobre gordura trans e óleos processados:
  • são oxidados durante o processamento de alta temperatura que cria radicais livres;
  • consumo de gorduras trans aumenta o risco de doença coronariana (1)
  • o consumo de gorduras trans afeta negativamente os níveis de colesterol – reduz as concentrações de colesterol HDL (colesterol “bom”) e aumenta as concentrações de colesterol LDL de baixa densidade (colesterol “ruim”) (2)
  • associada ao aumento do risco de câncer (3)
Só não sei a razão de “venderem” a margarina sabor churrasco como manteiga.

 

Nossa História com a Comida – Última Parte

Estamos chegando ao fim da série #NossaHistóriaComAComida. E, agora, vamos começar a explicar o que tudo isso que falamos até agora tem a ver com nossos dias atuais e nossa saúde.

 

Nas tribos africanas dos Samburus e dos Massais, nas quais mais de 60% das calorias ingeridas vinha da gordura animal, a pressão arterial e o peso da sua população era cerca de 50% mais baixo que o dos pesquisadores ocidentais. E o colesterol e a pressão arterial, por exemplo, não pioravam com o envelhecimento.

 

“Se nossas crenças atuais sobre a gordura animal estão corretas, toda a carne e o leite que esses povos ingerem deveriam causar uma epidemia de doenças cardíacas”, resume Nina Teicholz, no livro “Gordura sem medo”.

 

Perto dos anos de 1900, o nutricionista mais influente da primeira metade do século XX, Sir Robert McCarrison, relatou que os siques e os hunzais, na Índia, sobreviveram essencialmente à base de alimentos de origem animal e não sofriam de nenhuma das doenças tão comuns no mundo ocidental, como câncer e apendicite, úlcera pépticas e cárie dentária.

 

Outro estudo, entre os anos de 1898 e 1905, feito pelo antropólogo Ales Hrdlicka, com os índios do sudoeste dos Estados Unidos observou que eles eram extremamente saudáveis e viviam muito, chegando a ter 224 homens centenários por 1 milhão de habitantes (na população branca esse índice chega a 3 por 1 milhão). Inclusive, os idosos de 90 anos (ou mais) não eram senis ou incapazes. A dieta deles era a base de carne de búfalo.

 

Estão percebendo que nossa saúde está intrinsecamente ligada ao que ingerimos? E que a gordura não é nem nunca foi a vilã da nossa alimentação?

 

Quando abandonamos os hábitos dos nossos ancestrais é que começamos a adoecer. E seguimos adoecendo cada vez mais na medida em que abandonamos a comida de verdade e vamos nos rendendo aos industrializados e processados.

 

Quer viver saudável até os 90, 100 anos? Então não perca tempo e comece sua mudança agora! Vamos construir uma nova parte do #NossaHistóriaComAComida.

 

Agora me conta aqui nos comentários: qual assunto você gostaria de ver como tema de uma nova série?

Os hábitos dos esquimós

Nas primeiras postagens da série #NossaHistóriaComAComida, vimos que a utilização do fogo no preparo dos alimentos e que o consumo de carne foram primordiais na nossa evolução de símios para humanos. Nesta terceira parte, vamos mostrar os hábitos de alguns povos.

A ciência, inclusive, já estudou os hábitos alimentares dos nossos ancestrais no período paleolítico. Embora haja uma crença de que a dieta era composta basicamente de plantas, a literatura científica aponta que, sempre que possível, os primeiros seres humanos consumiam entre 45% a 65% de calorias provenientes de alimentos de origem animal.

Dando um salto para nossa história recente, temos povos que continuam ingerindo basicamente alimentos crus. Entre eles estão os esquimós (inuítes), que vivem no Ártico do Canadá e que tiveram seus hábitos estudados em 1906, pelo antropólogo Vilhjalmur Stefansson.  

Ele constatou que os esquimós se alimentavam basicamente de carne de foca e rena, grandes peixes como o salmão e, de vez em quando, carne de baleia, além de quase não consumirem vegetais. O cozimento era feito apenas na refeição da noite e os caçadores costumavam comer peixe fresco cru ou, caso o peixe fosse maior, comer os intestinos e guardar o restante para outra refeição. Porém, mesmo cozinhando, alguns alimentos eram preferidos crus, como é o caso da gordura das baleias.

Também era costume dos esquimós ingerir o animal inteiro, incluindo ossos, fígado e miolos. A estimativa do pesquisador é que de 70% a 80% das calorias da dieta dos esquimós vinham de gorduras – inclusive eles davam as partes mais magras da carne (o filé mignon entre elas) para os cachorros. Stefansson não viu, entre eles, nem obesidade nem doenças.

Mas não apenas os esquimós possuem uma dieta rica em gordura de origem animal. No próximo capítulo do #NossaHistóriaComAComida vamos ver os hábitos de povos da Austrália e da África.

Foto: https://goo.gl/9eiBKP

Por que estamos ficando obesos?

Ontem foi divulgado nos noticiários o resultado de uma pesquisa que mostrou que cerca de 20% dos brasileiros estão obesos e 54% estão acima do peso.

É muito triste! E o pior é que estamos nos acostumando com isso. As pessoas estão ficando cada vez mais com sobrepeso e mais doentes. E acham isso normal! Nenhum animal existe para adoecer, muito menos ter problema com sobrepeso, desde que se alimentem do que comeram durante toda a sua evolução e tenham hábitos parecidos com os dos seus (nossos) ancestrais.

O fato é que nossos hábitos estão MUITO diferentes. E estão mudando MUITO rápido. Por exemplo: estamos priorizando o consumo de alimentos nos quais nossos genes não estão tão adaptados – falei sobre adaptação genética aqui. E certamente essa é uma das causas da epidemia da obesidade no mundo.

Pois é! Os altos índices de obesidade não são “privilégio” só dos brasileiros, os estadunidenses também estão aumentando suas taxas. Nos EUA, as vendas de fast food cresceram 22,7%, de 2012 a 2017; enquanto as vendas de alimentos embalados aumentaram 8,8%.

As taxas de obesidade entre crianças norte-americanas com idades entre 2 e 5 anos aumentaram para 13,9%, em 2015 e 2016; contra 10,1% em 2007 e 2008. Já o grupo de 2 a 19 anos correspondia a 18,5% dos americanos obesos em 2015 e 2016, enquanto 5,6% eram gravemente obesos.

Triste. Muito triste!

Aqui no Brasil não é muito diferente. Inclusive, outro dado apontado na pesquisa divulgada ontem é que a obesidade vem aumentando entre os brasileiros mesmo com as pessoas praticando mais atividade física. Claro! A crença é que para emagrecer basta “se matar” na academia. Mas não é assim que funciona! Para emagrecer, o foco deve ser na alimentação de verdade!

A pesquisa mostrou que os brasileiros estão consumindo menos refrigerante (ponto!), mas a obesidade aumenta. Claro! Não adianta trocar refrigerante por suco de caixinha.  A quantidade de açúcar é praticamente a mesma!

O que está tão diferente em nossa dieta?

Já sabemos que para nossos genes se adaptarem a alguma condição, leva-se de 40 a 70 mil anos. Bem, muitos dos “alimentos” que nos dizem pra consumir são bem recentes.

Vejamos alguns gráficos:

A ingestão total de açúcar disparou nos últimos 160 anos, juntamente com a epidemia da obesidade

Fonte: Johnson RJ, et al. Potential role of sugar (fructose) in the epidemic of hypertension, obesity and the metabolic syndrome, diabetes, kidney disease, and cardiovascular disease.The American Journal of Clinical Nutrition, 2007.

Estudos controlados em humanos mostram que grandes quantidades de açúcar podem levar a sérios problemas metabólicos, incluindo resistência à insulina, síndrome metabólica, colesterol elevado e triglicérides – Veja aqui e aqui.

Estamos consumindo alimentos que estimulam a compulsão: carboidratos + gorduras

“O ambiente moderno de alimentos fornece nutrientes em doses e combinações que não existem na natureza”, escreveram os autores. “Isso contrasta fortemente com a dieta de nossos ancestrais, composta principalmente de plantas lenhosas e carne de animais crus”.

Essas descobertas podem ajudar os especialistas a entender como o sistema de recompensa contribui para o ganho de peso promovendo excessos, mesmo que a pessoa não esteja com fome. Estudos recentes destacaram o aumento das taxas de obesidade nos Estados Unidos.

Quer exemplos de alimentos ricos em carboidratos e gorduras? Biscoito recheado, sorvete, donuts, chocolate ao leite, etc.

Fonte: https://goo.gl/L6HoYz

O açúcar é tão viciante quanto a cocaína

Evidências disponíveis em humanos mostram que açúcar e doçura podem induzir recompensa e desejo que são comparáveis, ​​em magnitude, àquelas induzidas por drogas que causam dependência. No geral, esta pesquisa revelou que açúcar e recompensa doce podem não apenas substituir drogas aditivas, como a cocaína, mas podem até ser mais recompensadoras e atraentes.

O estudo mostra porque muitas pessoas podem ter dificuldade em controlar o consumo de alimentos ricos em açúcar quando continuamente expostos a eles.

Fonte: https://goo.gl/fn4gDV

Consumo de refrigerante e suco de frutas aumentou drasticamente

De todas as fontes de açúcar na dieta, as bebidas açucaradas são as piores.

Suco de fruta na verdade não é melhor … contém uma quantidade similar de açúcar como a maioria dos refrigerantes. Veja aqui.

Este estudo em crianças descobriu que cada porção diária de bebidas açucaradas está associada a um aumento de 60% no risco de obesidade.

As pessoas abandonaram as gorduras tradicionais em troca dos óleos vegetais processados

Fonte: Dr. Stephan Guyenet. The American Diet. 2012.

Quando os profissionais de saúde começaram a culpar a gordura saturada por doenças cardíacas, as pessoas abandonaram as gorduras tradicionais, como manteiga, banha e óleo de coco, em favor de óleos vegetais processados.

Óleos vegetais são ricos em ácidos graxos ômega-6, que podem contribuir para a inflamação e vários problemas quando consumidos em excesso (veja aqui e aqui).

Estes óleos são frequentemente hidrogenados, o que os torna ricos em gorduras trans. Muitos estudos mostraram que essas gorduras e óleos na verdade aumentam o risco de doenças cardíacas, mesmo que não sejam hidrogenadas (veja aqui, aqui e aqui).

Portanto, o conselho equivocado para evitar a gordura saturada e escolher óleos vegetais pode ter realmente alimentado a epidemia de doenças cardíacas.

As pessoas substituíram a manteiga saudável  pela margarina carregada com gordura trans

Outro efeito colateral da “guerra” sobre a gordura saturada foi um aumento no consumo de margarina.

Margarina foi tradicionalmente feita com óleos hidrogenados, que são ricos em gorduras trans. Muitos estudos mostram que as gorduras trans aumentam o risco de doença cardíaca (veja aqui e aqui).

O óleo de soja tornou-se uma importante fonte de calorias. O óleo vegetal é o mais consumido nos EUA.

O óleo de soja realmente forneceu 7% de calorias na dieta dos EUA no ano de 1999, o que é enorme (veja aqui)!

No entanto, a maioria das pessoas não tem a menor ideia de que estão comendo tanto óleo de soja. Na verdade, eles estão obtendo a maior parte dos alimentos processados, que geralmente têm óleo de soja adicionado a eles porque é barato.

A melhor maneira de evitar o óleo de soja (e outros ingredientes desagradáveis) é evitar os alimentos processados.

As pessoas estão comendo mais alimentos processados ​​do que nunca

Fonte:Dr. Stephan Guyenet. Fast Food, Weight Gain and Insulin Resistance. Fonte de saúde como um todo.

Este gráfico mostra como o consumo de fast foods aumentou nas últimas décadas.

Tenha em mente que, embora pareça que as pessoas ainda estão comendo a maioria de seus alimentos “em casa” – isso não leva em conta o fato de que a maioria das pessoas também esteja comendo alimentos processados ​​em casa.

As diretrizes dietéticas com baixo teor de gordura foram publicadas na mesma época em que a epidemia da obesidade começou

 

Fonte: National Center for Health Statistics (US). Health, United States, 2008: With Special Feature on the Health of Young Adults. Hyattsville (MD): National Center for Health Statistics (US); 2009 Mar. Chartbook.

As primeiras orientações dietéticas para os americanos foram publicadas no ano de 1977, quase no exato momento em que a epidemia de obesidade começou.

Claro que isso não prova nada (correlação não é igual à causa), mas faz sentido que isso possa ser mais do que apenas uma mera coincidência.

A mensagem anti-gordura essencialmente colocou a culpa na gordura saturada e colesterol (inofensivo), enquanto deu ao açúcar e aos carboidratos refinados (muito insalubre) um passe livre.

Desde que as diretrizes foram publicadas, muitos estudos maciços foram realizados sobre a dieta com baixo teor de gordura. Que não está sendo melhor na prevenção de doenças cardíacas, obesidade ou câncer do que a dieta ocidental padrão, que é tão prejudicial quanto uma dieta pode ser (veja aqui, aqui, aqui e aqui).

Por alguma razão muito estranha, ainda estamos sendo aconselhados a seguir esse tipo de dieta, apesar dos estudos mostrarem que ela é completamente ineficaz.

Qual a solução?

Coma gordura, corte carboidratos e evite lanches para reverter obesidade e diabetes do tipo 2

A própria cartilha do Fórum Nacional da Obesidade recomenda consumir mais gordura, cortar carboidratos e evitar lanches para reverter obesidade e diabetes do tipo 2.

O documento é divido em 10 “capítulos”. São eles:

  1. Comer gordura não engorda
  2. A gordura saturada não causa doença cardíaca. Laticínios com gordura integral são provavelmente protetores
  3. Os alimentos processados rotulados como “baixo teor de gordura”, “light”, “baixo colesterol” ou “comprovado para baixar o colesterol” devem ser evitados
  4. Limite o consumo de carboidratos ricos em amido e refinados para evitar e reverter o diabetes tipo 2
  5. O consumo ideal de açúcar para a saúde é ZERO
  6. Óleos vegetais devem ser evitados
  7. Parar de contar calorias. (O pensamento focado em calorias prejudicou a saúde pública)
  8. Você não pode fugir de uma dieta ruim
  9. Lanches vão fazer te engordar (vovó estava certa!)
  10. A nutrição baseada em evidências deve ser incorporada nos currículos de educação para todos os profissionais de saúde.

Baixe a cartilha aqui.

Restringir o consumo de carboidrato realmente funciona para emagrecer?

SIM! Segundo os estudos, não há estratégia mais eficaz para emagrecer do que low-carb.

No site phcuk.org (Public Health Collaboration) há um comparativo de 62 ensaios clínicos randomizados dos resultados entre uma dieta low-fat (baixa gordura) com uma low-carb (baixo carboidrato).

Resultado:

Em 53 low-carb foi superior.
Em 7 low-fat foi superior (sem diferença significativa).
Houve 2 empates.

Se separarmos apenas os estudos que tiveram resultados significativos, o placar é low-carb 31 x 0 low-fat.

Fonte: https://goo.gl/yiLUmZ

Percebem o que está tão diferente em nossa dieta? Estamos comendo cada vez menos alimentos da natureza e cada vez mais açúcares, farináceos, fast foods, substâcias com adição de açúcar, óleos vegetais e margarinas. As pessoas vêm engordando e adoecendo. NENHUMA dessas substâncias esteve tempo suficiente durante nossa história evolutiva para que nossos genes se adaptassem.

A quantidade de evidências que alertam essas questões é enorme! A quem interessa que sejamos saudáveis? A indústria alimentícia e farmacêutica é que não é.

Antes de mudar seu hábito alimentar, procure um especialista que se baseie em ciência.

Fontes:

https://goo.gl/DhAnNW
https://goo.gl/sSB2N7
https://goo.gl/xWfDBX

 

O que atrapalha o emagrecimento? O que impede a queima de gordura?


Por que, apesar de muitas pessoas seguirem uma dieta rigorosamente não conseguem emagrecer ou emagrecem a passos lentos? E muitas vezes se esforçam demais na atividade física e aparentemente não têm o resultado esperado. Por que?

Claro que não há uma única causa para o emagrecimento e/ou ganho de peso. Porém, é importante entender que um dos principais fatores é a questão hormonal.

Vou ser objetivo, tá?

Como o corpo “gera gordura”?

O principal fator para que o nosso corpo gere gordura é o alto estímulo ao hormônio insulina. O principal macronutriente que estimula a insulina é o carboidrato.

O carboidrato que consumimos é convertido em glicose (açúcar) e sempre que houver glicose no sangue o corpo vai priorizar a utilização dessa glicose como substrato energético. Sempre!

Quando reduzimos o consumo de carboidrato nosso corpo utiliza a própria gordura corporal como substrato energético. A gordura (corporal) nada mais é do que reserva de energia.

Um estudo mostrou que o consumo de carboidratos horas antes da prática da atividade física diminuiu a capacidade de oxidar gordura como substrato energético.

Fonte: https://goo.gl/ADG7u9

Então, para quem deseja “queimar” gordura, comer carboidratos parece não ser uma boa estratégia.

Veja mais sobre a melhor dieta segundo a ciência, aqui.

Até a próxima. 😉