[LIVE] 100 km do Frio

Ontem (27/05/2018), realizamos uma live no Youtube para falar TUDO sobre a Ultramaratona mais desejada do Nordeste: os 100 km do Frio.

Na live estavam: Lula e Russo (organização), Gustavo Medeiros (atual campeão e recordista), Gustavo Maia (Fôlego) e eu.

Lula e Russo falaram sobre segurança, hospedagem, inscrição, regulamento, pontos de corte, estrutura e mais… Gustavo Maia, o embaixador da prova, falou sobre seus sentimentos em relação às experiências anteriores pelo agreste pernambucano e Gustavo Medeiros falou sobre sua preparação, treinos e deu dicas para quem deseja correr os 100 km.

A live foi MASSA!

Se eu fosse você, assistiria TUDO!

 

É incrível como essa bela e desafiante ultramaratona cresce. Sua primeira edição foi em 2012 com 46 inscritos, sendo:

  • 8 solo;
  • 3 duplas;
  • 8 quartetos.

Em 2017, 388 corredores encararam o desafio nas respectivas modalidades:

  • 53 solo;
  • 25 duplas;
  • 71 quartetos.

Altimetria:

Eu corri os 100 km solo duas vezes e dupla 1 vez. Falei sobre a minha primeira participação aqui e sobre a conquista do Back to Back aqui.

Minha participação na dupla rendeu o 1º lugar. 🙂 Veja aqui como foi.

Informações sobre a edição de 2018

Link para inscrição: https://goo.gl/77HJxT

Email: acorjapernambuco@gmail.com

Contato de Lula: (81) 98861-1604

Siga @100kmdofrio no Instagram.

Confira algumas fotos

100 km do frio 2017 | 1º lugar na dupla mista

GPTempDownload

 

No último dia 5 de agosto, tive a incrível oportunidade de correr novamente a ultramaratona de 100 km do Frio.

Foi que, em 2015 corri meus primeiros 100 km solo e em 2016 realizei o Back to Back.

Como já tinha corrido a Maratona das Praias em março e a Maratona de Boston em abril, decidi correr os 100 km em dupla (50 km), afinal, precisaria descansar um pouco, né? 🙂

A minha dupla foi Irla. Essa menina é ousada demais, uai! Só tinha corrido apenas uma maratona (a das praias) e essa seria sua primeira Ultramaratona. Quando a convidei, ela aceitou a loucura de imediato. hahaha

Apesar do nome da prova ser Ultramatona de 100 km do Frio, o grande astro da prova foi o sol. Que calor! A largada para as duplas e quartetos foi dada de  5 horas da manhã e o clima até que estava agradável, cerca de 16ºC.

Nossa estratégia foi simples. Irla correria a primeira metade e eu a segunda. E assim foi.

O problema é que antes de Irla chegar no km 25 o clima já estava em aproximadamente 27ºC. Apesar de algumas intermináveis subidas e o enorme calor, ela manteve um ritmo excelente. Excelente!

Quando eu comecei a correr no segundo trecho, acho que o clima estava acima de 30ºC e a sensação térmica era de que cérebro estava fritando.

Ainda tentei manter um ritmo forte, mas não consegui sustentar por muito tempo, então me esforcei ao máximo pata fazer a primeira metade (25k) fortes e ver o que conseguiria fazer na segunda metade.

Foi difícil. Difícil demais! Porém, o desafio é sempre motivante. Lembrar que Cynthia, Júlia e André (ainda na barriga de Cynthia) estariam me esperando na linha de chegada dava um gás extra!.

No final, após subir e descer tantas vezes e estar com o cérebro assado (quase tostado), cruzamos a linha de chegada em 9 horas, 7 minutos e 25 segundos, Irla e eu conseguimos terminar em primeira colocação na dupla mista. 🙂

Mais uma vez Lula Holanda deu um show na realização do evento. Uma prova que é feita com tanto carinho não teria como dar errado e, ao longo dos anos, a prova só tem crescido! Parabéns, meu presidente!

Essa prova é linda demais! Essa foi a terceira vez que a corri e de longe foi a mais quente. Com belíssimas paisagens e um lindo espírito humano de solidariedade, a prova tem se firmado no calendário daqueles que correm por prazer.

Em quanto eu puder, estarei lá correndo. 😉

Vídeo novo no ar! 100 km do frio, família e o Back to Back

Certamente essa está entre as 3 provas mais emocionantes que participei. Durante meses me preparei para fazer uma excelente ultramaratona porém, alguns contratempos aconteceram e me fizeram pensar em desistir. Veja mais no post que fiz sobre a prova e o back to back.

No vídeo abaixo falo um pouco sobre a prova, do back to back de ter cruzado a linha de chegada com a família e, claro, tem o vídeo da prova.

Se você gostou, dá um like e se inscreve no canal, tá?

Obrigado e até a próxima.

🙂

Ultramaratona de 100 km e o Back to Back conquistado

img_4244

img_4061

No último sábado (22/10), ocorreu a 5ª edição da ultramaratona de 100 km do Frio. No ano passado, tive a oportunidade correr pela primeira vez essa belíssima e desafiante prova.

A organização da prova premia com um troféu extra todos que fazem solo pelas duas primeiras vezes consecutivas. A premiação se chama “Back to back”, da mesma forma como acontece na Comrades. Essa era a minha maior motivação para realizar pela segunda vez consecutiva a prova. Se eu a concluísse novamente, ganharia o troféu. 🙂

Cá pra nós, a organização da prova merece um belo troféu. Muito bem organizada, planejada e executada. Esta é uma utramaratona que proporciona uma experiência incrível para que decide corrê-la.

img_4080

Durante os últimos meses, vim me preparando para realizar uma prova “massa”. Estava bastante confiante, pois tinha feito o longão de 55 km e 60 km muito bem. Estava com boas perspectivas. Porém, no começo de outubro, faltando duas semanas e meia para a data da prova comecei a sentir uma dor no solado do pé esquerdo. Achei que fosse besteira. Subestimei.

O diagnóstico foi fascite plantar. Talvez essa seja a lesão mais complicada para um corredor tratar. Durante dias, mal conseguia andar sem mancar. Parei de correr durante 8 dias, mas continuei nadando, pedalando, intensifiquei o tratamento e a melhora foi boa.  É claro que pensei em desistir. Mas eu não desistiria sem tentar. Estava me preparando psicologicamente para desistir durante a prova caso a dor aparecesse.

O que me deixava preocupado era principalmente a queda do condicionamento físico. Estava muito confiante na realização de uma excelente prova e, de uma hora para outra, iria lutar para “apenas” concluir a ultramaratona. :/

img_4049

Na sexta (21/10), em vez de estar na estrada a caminho de Garanhuns para deixar a família no local da chegada da prova, eu estava no hospital com minha filha. Apenas às 17h, quase 4 horas após a nossa chegada na emergência, fomos liberados. As coisas pareciam conspirar contra. Ou seria para eu desistir ou arrumar forças para concluir a prova.

Cheguei em Caruaru às 22h40. Fui dormir quase meia-noite e às 2h10 eu já estava me arrumando para o café da manhã do hotel. Sim, eu não tinha almoçado nem jantado. Enquanto estava no hospital com minha filha comi apenas uma tapioca e tomei um cafezinho. O café da manhã no hotel começou às 3h e às 3h30 seguimos para o local da largada.

img_4054

Meu café da manhã foi simples. Comi ovos mexidos com carne de sol acebolada e uma xícara de café puro (sem adoçar). Com a low carb, tenho percebido e vivenciado que não faz muito sentido encher o “bucho” pra correr. Mas isso é outra história. 🙂

img_4045

Para a alimentação aos longo dos 100 km levei azeitonas, chocolate 85%, trufas 70%, bananas, castanhas de caju, óleo de coco, mel e bastante água. Mas não consumi metade disso. Por exemplo, não consumi nenhum mel e a barra de chocolate 85% voltou lacrada pra casa.

Às 4h foi dada a largada. Eu estava angustiado e preocupado. Não estava concentrado na prova, mas no pé. Logo passaram 5, 10 15 km e o pé não doía. Pouco antes das 5h15 o dia já estava claro e a paisagem ajudou a distrair um pouco.

img_4213

img_4309

No quilômetro 23, nós saímos da BR-232 e entramos na BR-423. É a partir daí que a brincadeira começa. É praticamente um “retão” até Garanhuns com dezenas de subidas e descidas. Antes de chegar em Ganranhuns, passamos por São Caetano, Cachoeirinha, Lajedo e Jupi.

img_4243

Uma das piores partes da prova, na minha opinião, é o começo da BR-423. Como corremos pelo acostamento, o piso não é tão liso. É um tipo de piche com pedrinhas pontiagudas e o acostamento tem uma inclinação mais acentuada. É chato, mas não exige sacrifício.

Até o km 40, eu consumi apenas água. Foi aí que comi uma trufinha 70%. Mas, mesmo me sentindo muito bem, eu ainda continuava focado no pé e não na prova.

img_4211 img_4239

Próximo ao km 55, encontrei Paulinho, um colega da Acorja. Seguimos juntos até o final. Foi nesse ponto que, ao meu ver, o calor e o sol começaram a incomodar mais. Apesar do céu com bastante nuvens, o calor era forte e não tinha vento.

Quando passei da metade da prova bem fisicamente e o pé não doía, comecei a ter mais confiança na conclusão do percurso. Terminaria de qualquer forma. Mesmo que precisasse caminhar 45 km.

No km 60, comi uma banana. E a partir daqui, a cada 4 km (mais ou menos) eu consumia um pouco de azeitona e em intervalos aleatórios comia uma trufinha 70% ou castanhas.

img_4206 img_4214

Logo chegou o km 75, 80, 90 e a certeza que o Back to Back estava garantido. Muitas ladeiras, calor intenso mas nada do pé incomodar. Nenhum sinal de cãibra. A musculatura incomodava sim, principalmente a coxa direita. Porém, no geral, ainda estava fisicamente muito melhor que no ano passado.

Os últimos quilômetros pareciam intermináveis. A ansiedade de cruzar a linha de chegada e encontrar com a família era enorme. Sim, eu tentava conter a emoção desde o primeiro km. Um filme passava na cabeça toda hora. Aqueles meses de treino intenso, noites pouco dormidas, semanas cansativas, lesão no pé, medo de não concluir, a incerteza da conquista do Back to Back e as dezenas de pessoas que torciam por mim, que mandaram mensagens de incentivo e minha família que estava lá na chegada me esperando. Tanta coisa passava na cabeça.

A última subida do percurso estava entre o km 97 e 98. Que ladeira. Interminável. E com aquele sol…

img_4268 img_4264

img_4266

Quando cheguei na reta final encontrei Cynthia e Júlia. Juju, que na véspera estava no hospital fazendo exames, colocou a medalha em meu pescoço mesmo antes de cruzarmos a linha de chegada. Corremos os últimos metros Juntos, na verdade corremos toda a prova juntos. Elas estavam comigo todo o tempo. Eram a força que eu precisava, a motivação que me não me fez desistir.

Juntos, cruzamos a linha de chegada.

<3

Meu Garmin:

Altimetria:

captura-de-tela-2016-10-30-as-11-30-35

Veja o resultado da prova: